Há alguns dias escrevo em pensamento vários posts, mas tais palavras não chegaram a se materializar na tela do meu monitor. Elas se perderam...
Hoje, enfim, resolvi escrever. Queria falar de vida... e de morte. E só para começar uma coincidência me assustou. Amiga Keka também falou sobre isso. E tia Ruth escreveu um comentário que me ajudou bastante...
Eu já recebi uma sentença de morte. Vocês que costumam vir aqui já sabem disso e de como me senti. Revivo essa sensação a cada dois meses, quando vou fazer meus exames. É como se eu tivesse em minhas mãos uma bomba relógio. Uma bomba relógio que não é precisa. Uma bomba relógio cujos minutos passam mais rápido ou devagar, dependendo das escolhas que eu fizer. Essa é a questão. Depende de mim. Se tomar alguns cuidados, atraso o tempo de minha bomba relógio. Mas ela continua ali, em minhas mãos, para que eu sempre me lembre que eu tenho um tempo, que pode aumentar ou diminuir, mas que culminará com a explosão! Isso é um fato e nada posso fazer além de aprender a conviver com ele.
Outra coisa é quando alguém explode a bomba sem avisar. Ela chega e puxa o pino. E pronto: BUM!!! Acabou!
Segunda estava indo para o trabalho como sempre faço. Pouco antes das 18h virava a esquina para chegar a Bonsucesso. Ouvi muitos tiros, todos próximos. Fiquei sem ação. Olhei em volta e o que vi foi pânico. Policiais se escondendo atrás de muros. Pessoas se jogando no chão. Veículos quase voando. E, por fim, alguém me puxando para baixo e dizendo: "Abaixa, menina! É tiro!" No dia seguinte soube que um homem, com a minha idade, levou um tiro na testa durante esse tiroteio e morreu. Mais duas pessoas ficaram feridas. A ideia de que podia ter sido eu é inevitável. Alguém podia ter puxado o pino da minha bomba relógio...
É triste pensar que a violência está em cada esquina. É mais triste ainda constatar que ela virou rotina. É assustador pensar que as pessoas se habituaram a ela. É enlouquecedor ver que as pessoas fazem piada com a violência.
Aonde nós vamos parar? Não só pela violência, mas, sobretudo, pela reação das pessoas.
De qualquer jeito, entrar em contato com a morte nos muda de alguma forma e nos ajuda a entender melhor o sentido de nossa vida...
2 comentários:
Amiga, Tô chocada...Deus está presente em todos nós. Com certeza ele te puxou pra baixo naquela hora.
A gente só vai quando nossa missão acaba.
A sua ainda nao acabou. Mas sim, como vc falou TODOS nós temos uma bomba relógio. A diferença é que alguns sabem e outros não.
Se cuida muié. Temos que andar de bike.
Bjins
Vamos sim, vamos sim!!!
Mas pensei numa coisa mais gostosa... gordo é fod@!!! Festival de fondue no Otto, junho e julho. Que tal?!
Bjks
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