quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Quanto custa?!



Uma nuvem negra paira no ar... Quando será que más notícias vão parar de chegar?! A última recebi ontem a noite, e me feriu ferozmente! Era sobre nosso filho, que - acalmem-se! - ainda é só um plano.
O ano de 2010 foi dedicado ao nosso projeto de adoção. Frequentamos reuniões de um grupo de apoio, reunimos documentos (viramos figurinhas fáceis em cartório, tantas autenticações...), fomos a médicos pegar atestados. Quase tudo reunido e recebemos um e-mail avisando que precisávamos de mais documentos: algumas certidões de nada consta.
Como o tempo disponível do marido é escasso, cá estamos nós sem as certidões.
O primeiro desâmino que tivemos foi na primeira reunião na vara da infância e juventude que fomos. De tantas crianças abandonadas e maltratadas pelos seus pais biológicos que vivem em abrigos do Rio de Janeiro, nos informaram que apenas 1/3 delas estão "disponíveis" para adoção. E a maioria delas tem mais de 7 anos. O tempo de espera para uma criança dentro do perfil escolhido por nós é de, no mínimo, 4 anos! Quatro anos, meus Deus!!! Serei avó ao invés de mãe!
Ao contrário de muitos, não desistimos. Nós desejamos muito essa criança. Seguimos com os documentos.Ontem marido encontrou o coordenador de um dos grupos de adoção daqui do Rio. Ele perguntou como estava o nosso processo. Marido disse o que faltava e veio, então, a má notícia: " - Prepare-se para gastar de R$700,00 a R$800,00 com as certidões."
Já foram quase R$100,00 com os outros documentos e agora mais R$800,00?! Céus, quem pode dispor assim de R$800,00?! Pior! R$800,00 para uma pessoa imprimir um documento, assiná-lo e carimbá-lo.
Não sei o quão bizarro isso soa para vcs, mas eu acho absurdo e vergonhoso!
Como se não houvesse crianças suficientes abandonas por aqui. Vamos deixar essa coisa de adoção para Globais e estrangeiros. Ou para promotoras de justiça, quem sabe?!


sábado, 23 de outubro de 2010

Sem sal...

Estávamos lá na sala dos professores conversando, e solto: o mundo tá ficando muito chato!!!
Putz, mas tá ficando mesmo...
Sou do tempo em que ingeríamos carboidratos sem culpa. Falta de exercício físico não matava a gente. Podíamos fazer piada com o político, com o diferente e até com a desgraça sem servos crucificados. Zoar nerd ou gente esquisita era normal, não bullying. Os pais não cometiam crimes por bater nos filhos. A propósito, sou do tempo em que educar os filhos era tarefa dos pais! Professor podia exercer autoridade sem correr o risco de ser processado por qualquer coisa. Debate político era interessante e não uma disputa tosca onde a Igreja manda no que os presidenciáveis têm que debater. Podíamos xingar o juiz, jogador e adversários nos estádios de futebol e, antes, beber uma cervejinha. Etc etc etc.
Não sei mesmo para onde essa história de politicamente correto vai levar a gente. No máximo, a morrer de tédio!

domingo, 12 de setembro de 2010

Diário de vida: "Pero nada me hará tan feliz / Como dos margaritas"


Entrando na onda de posts-sugestões, resolvi dividir alguns bons conhecimentos com vocês... O bom é que tudo aconteceu no mesmo intenso dia, que, mais uma vez, começou sem me prometer nada de especial.

Dica número 1: Sempre que você tiver a oportunidade de conhecer uma pessoa nova, conheça-a. Vai que ela é uma pessoa super divertida e que pode te dar o prazer de muitas trocas?
No dia em questão conheci Raquelita, amiga-hóspede da sra. Confitê, minha amiga de infância.
Raquelita é divertida, inteligente, muito gente boa! Valeu muito a pena sair de casa naquela segunda.
Dica número 2: Seja turista em sua própria cidade. Ainda mais se você viver no Rio de Janeiro... Passear pelo calçadão de Ipanema em boa companhia é muito legal mesmo com tempo nublado! Caminhar, ver e sentir o cheiro do mar, observar as pessoas, conversar e rir com os amigos e "sacar" muitas fotos é um programão!
Dica número 3: Se começar a chover no meio do tal passeio, pegue um táxi e vá até o Shopping Leblon. Tá bom, programa comum, bem burguês até, mas lembre-se: companhia é tudo (ou nada...)!!! Desejávamos um café em uma cafeteria famosa e da moda, mas o café era superfaturado! Descobrimos então a terceira dica do dia: pizza de mozarela de búfala com presunto cru no Ráscal. Delícia!!!
Dica número 4: O que fazer à noite? Lapa aí fomos nós!!! Paramos no Santo Scenarium. Lugar incrível: chorinho e samba de trilha sonora, palitinhos de queijo brie com geleia de laranja pra comer e margaritas e caipirinhas para beber!!! As bebidas foram tão eficientes que a volta para casa foi hilária!!! [Obs: o motorista manteve-se sóbrio!]

Apreveitem e deliciem-se, mas não se esqueçam: quanto melhor acompanhados estiverem, melhor será a noite... o dia... a vida!!!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A presença de um presente


Postei a foto aí de cima no meu facebook e a irmã de uma amiga deixou lá um comentário de que a foto era legal, que só tinha o pessoal da antiga. A irmã da amiga em questão deve me conhecer há uns 20 anos... O que não deve ser exceção com os demais participantes da foto. Por falar nisso, o amigo mais recente que está nela é meu amigo há no mínimo 17 anos!
Uma pena que não nos damos conta, diariamente, do que é de fato importante em nossas vidas. Essas coisas surgem como um estalo e só então percebemos o tesouro que deixamos enterrado em algum lugar do nosso dia a dia.
Sintomas dos dias modernos: tanta correria e fugacidade. Tempo em que deixamos para cultivar amizades em redes sociais ao invés de aproveitar a companhia do outro. Tempo em que muitas vezes a solidão é tanta que compartilhamos o que fazemos em cada segundo do dia com um monte de estranhos via internet. No mesmo lugar onde limitamos nossos pensamentos em 140 caracteres.
Não estou dizendo que isto é regra ou que sirva para todos. Mas é um fato.
Tenho algo que não é comum nos dias de hoje. Amizades que duram, apesar de tantas coisas... Sim, pois não somos amigos virtuais ou de festas apenas. Nos vemos com bastante frequência!
Tantas histórias pra contar... Um monte de experiências, boas e ruins. E compartilhamos o que há de melhor na vida: a própria vida!

domingo, 15 de agosto de 2010

Amostra grátis


Fui uma boa aluna na faculdade. Sabe, era monitora e aluna de iniciação científica em Literatura Clássica; tinha boas notas, um CR acima da média, os professores me conheciam, aff!, essas coisas... Por muitos momentos achei que iria longe, pelo menos até ver que: nada de mestrado por perto e, bem, e o emprego dos sonhos?! Que nada! Só a aprovação em um concurso para o magistério e lá ia eu ser professora de ensino médio na rede pública de ensino do Rio de Janeiro.
Minha ex-orientadora vivia me dizendo: e o mestrado? Ah! É! O mestrado...
O tempo foi passando... passando... Até que ela lançou um livro, onde ganhei uma dedicatória com a frase: "Para Ana, sonhadora de Alexandria,um pouco mais de sonho!" e votos de que o mestrado viesse logo.
Sabe, minha alma encheu-se de sonhos novamente, mas eles foram embora com a ideia de ir para Minas ou São Paulo.
Continuei assim, professora do ensino médio e só.
Outro dia fui ao cinema. Encontrei minha futura orientadora no shopping. Ela conseguiu um lugar na Literatura Comparada da UERJ, minha ex/futura-faculdade. Pois é...
Estou eu aqui porque acabei de ver meus e-mails do dia e tinha um texto para eu ler para quarta-feira, na aula que assistirei, por enquanto, como ouvinte.
Estou, mais uma vez, explodindo de felicidade, cheia de sonhos e planos de novo. E, o que há de melhor na vida do que sonhar e viver os sonhos sonhados ?
Bom, caríssimos, é isso aí. Bons sonhos...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Retrocesso


Quando nasci, ainda vivíamos, no Brasil, a Ditadura. Esta triste época se estendeu de 1964 a 1985. Portanto, até meus oito anos, pude ver na TV - e ainda me lembro disso! - anúncios que diziam qual faixa etária podia assistir ao programa que passaria. Sem contar que estes programas já haviam passado pela maldita censura. A censura, no entanto, era apenas uma das características do regime ditatorial, muitas outras obscuridades haviam: falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.
Nunca entendi o tipo de democracia que temos no Brasil. Penso sempre na obrigatoriedade do voto, principalmente. Se o voto é minha principal arma para exercer a tal democracia, por que ele tem que ser uma obrigação?!
De qualquer forma, usamos desse dever para que tenhamos representantes que assegurem os direitos da maioria. Mas e se esses representantes resolvem dizer o que eu e você temos que fazer? Como eu e você devemos agir?
Para mim, isso já deixou de ser democracia...
Temo um retrocesso político no Brasil, não sei se chega a ser exagero, mas tenho medo disso. De não ter mais o direito de ser livre, de ter domínio sobre mim e meus atos.
No berço da democracia, Grécia, viveu um dos maiores comediógrafos da História, Aristófanes. Aliás, a comédia, como qualquer outra forma de arte, sempre buscou exprimir o que vivemos social e politicamente. O que é a arte senão uma linda e livre forma de nos expressarmos?
Voltando a Aristófanes: suas comédias falavam - e criticavam - dos políticos e dos vícios da sociedade. De forma brilhante e engraçadíssima! Bem mais recentemente, tivemos, na Bahia, um poeta maravilhoso: Gregório de Matos, que também não deixava escapar um mal político impunemente! Isso sempre aconteceu. Aliás, somos ou não livres para criticar o que nos incomoda e louvar o que nos agrada?
Fazem leis para nos dizer como educar nossos filhos, fazem estatutos para dizer como devemos nos comportar nos estádios de futebol. Onde e quando podemos fumar. Se quero ou não manter uma gravidez. Onde está minha liberdade?!
A moda agora é assim: acredito na minha verdade, então ela terá que prevalecer sobre as demais. O que fazer? Vamos criar leis para proibir! Afinal, o Brasil é um país sem nenhum problema mais importante...
Então, isso lembra alguma coisa a vocês?

sábado, 17 de julho de 2010

The Sound of Music


A primeira vez que assisti ao filme "A noviça rebelde" eu devia ter uns onze ou doze anos. Desde então não sei quantas vezes mais eu vi esse filme. Aliás, tenho o DVD, que de vez em sempre está no meu aparelho, me levando a uma fascinante viagem pela Áustria, sobretudo através da música.
Acho que foi a partir daí que passei a adorar musicais. Principalmente, pela arte de nos contar uma história através da música.
Na verdade, acho que a vida da gente tem trilha sonora. Nunca perceberam que a música tem o incrível poder de nos levar através do tempo? Que, vez ou outra, parece que acorda nossos neurônios para as recordações mais remotas?
Pois é... Meus neurônios resolveram despertar! Por conta da música fui arrebatada para os meus quinze anos... Ai, saudade...
Estava eu lá, sentada na maldita kombi, voltando do trabalho lá do outro lado do subúrbio, quando o rádio foi ligado. Fiquei chocada! Estava passando um programa que deve existir desde a época que eu tinha quinze anos: Naftalina, na rádio Transamérica. Céus, não fazia ideia de que ainda existia essa estação, afinal, ganhei ingressos numa promoção dessa rádio para um show do Lulu Santos no Imperator!!! Bem, agradeceria se não fizessem as contas, ok?
E foi um tal de Cindy Lauper cantando "Time after time"; Technotronic, com "Get up"; e vários charmes e raps dos anos 90!!! (pronto, me entreguei!!!)
Nossa... Me vi com minhas amigas no 239 indo para a escola cantando; e a matinê do Imperator, que sempre começava com "Carmina Burana" e terminava ao som de "não quero dinheiro, eu só quero amar!".
Estive com esses mesmos amigos na sexta e hoje e eles estranharam meu incomum bom humor (estava até com uma cara boa!!! rs). Bom, amigos, está explicado, foi o poder da música!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Carta de despedida


As pessoas que me conhecem sabem o que sinto em relação à obra de Saramago. Brinco às vezes que tenho dois vícios literários: Clarice Lispector e José Saramago. Faço revezamento de leitura desses dois autores. Ela nos deixou no ano em que nasci, hoje fiquei órfã de Saramago.
A notícia de sua morte foi a primeira que recebi e passei o dia pensando num bom jeito de escrever algo sobre isso. Uma pena não ter nascido com seu dom de escrever...
De qualquer forma, ele me deixou um pouco dele em suas obras, que sempre me fazem ver as coisas de uma outra forma, sabe, seus livros têm linhas e entrelinhas...
O primeiro livro que li foi "O conto da ilha desconhecida". Foi paixão à primeira leitura. E sempre que posso, compartilho com meus amigos esse livro-conto. É bom dividir uma busca tão intensa e incessante.
Depois passei para "As pequenas memórias", livro do qual Saramago divide conosco memórias de uma parte de sua vida. A primeira dificuldade que senti foi a da língua (o português de Portugal), depois o seu estilo de escrever; mas como não se deixar seduzir e viajar com tanta poesia. Como alguém pode escrever uma prosa tão subjetiva, tão poética?
Aí já era um vício! Só uma pessoa brilhante para escrever histórias fantásticas como "O homem duplicado" e "A jangada de pedra" (o meu companheiro do momento)!
E o que dizer de "O evangelho segundo jesus cristo" e "Caim"? Aqui posso dizer que enfim achei alguém que compreendia o que penso, além de tudo!
E o inigualável "Ensaio sobre a cegueira". Um retrato assustador e alarmante da cegueira que nos assola.
Um mestre, e, para mim, o maior escritor de língua portuguesa... Continuarei bebendo do seu talento: do seu jeito de escrever que é só seu; da sua forma de conversar conosco, leitores; da sua poesia; da sua ironia; da sua descrença... de você...
Adeus, Saramago.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um presente...

Hoje o post é um presente para o meu marido. Uma forma de dizer o quanto tenho sorte de tê-lo ao meu lado, pois quando o encontrei, recebi o melhor presente que se pode desejar: o amor! Parabéns para nós, por esses 8 anos de casados!

Não deixe o amor passar

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!"

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Tijuca e o tapete persa


Sou uma convicta e resignada moradora do subúrbio carioca. Todavia, nunca estudei perto de casa. Há muito tempo, quando ainda existia o primeiro grau, fui estudar na Tijuca. Lá aprendi que tijucanos acham que a Tijuca é a zona sul do subúrbio! Carma, talvez, mas ainda mantenho relações íntimas com o tal bairro, casei com um tijucano...
Bom, seguíamos para o mais novo bairro ocupado pelas UPPs de Cabral, quando marido resolveu mudar o caminho. Passamos, então, pela rua de uma coleguinha de escola e mais uma lembrança me veio a mente. Muito curiosa essa tal de memória... Como coisas adormecidas despertam e invadem cada neurônio de nosso cérebro trazendo inúmeros detalhes e sensações.
Resolvi dividir uma de minhas lembranças de adolescência com vocês:
Eu e mais alguns amiguinhos suburbanos nos dirigíamos, em uma tarde de sábado ou domingo, para a casa de nossa coleguinha tijucana a fim de fazermos algum trabalho de grupo da escola. Sabe, era uma época em que nos reuníamos de verdade para fazer trabalhos. Pesquisávamos em livros, organizávamos os tópicos e escrevíamos o nosso próprio texto. Nada de ctrl C ctrl V!
Continuando...

Mal chegamos e fomos convidados a tirar os sapatos antes de entrarmos no apartamento. Mesmo sem os pais de nossa coleguinha estarem em casa, as ordens eram rigorosamente respeitadas, bem, quase todas, como vocês verão. A primeira coisa a nos ser mostrada foi o enorme, lindo, fofo e intocável tapete persa que ocupava grande parte da sala de estar. Ele, o personagem principal da sala, ficava bem ao centro, ao redor, os sofás e cadeiras. Sobre ele a mesinha de centro com vários bibelôs. Meu pai ficaria louco com aquilo tudo! Ah! Mas eu e meus amiguinhos suburbanos nunca tínhamos visto um tapete persa! A gente queria pisar, tocar, sei lá! Mas não. O tapete estava ali, mas a ordem era para que ninguém, NINGUÉM!, pisasse nele! Frustrados, mas resignados, fomos fazer o tal trabalho. Naquela época os pré-adolescentes eram menos revoltados, talvez porque ingeríamos carboidratos ao invés de comer comida japonesa só porque tá na moda! Voltando ao tapete persa, nossa coleguinha tijucana, compadecida, abriu uma exceção para nós: ela deixou a gente pisar no tal tapete persa! Que bom, pois, confesso, era dificílimo estar no sofá sem pisar no tal tapete! Foi aí que experimentamos algo fabuloso! Vocês já pisaram num tapete persa? A sensação voltou na hora! Tão macio, fofinho... A gente não queria parar! Mas foi só um pouquinho, a coleguinha era uma boa filha!
Talvez tenha sido a Tijuca um dos lugares que me ofereceu as melhores experiências da minha vida: ir para o colégio sozinha; matar aula para ir ao cinema; sair da escola no sábado e ir tomar sorvete no Bob's; pisar, talvez pela única vez, em um tapete persa...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Maternidade


O mês de maio, confesso, não é o meu mês favorito há 10 anos. Essa história de mês das mães e de falecimento da minha mãe, sei lá, não combina muito, não acham?! Bom, o fato é que fico mais melancólica do que sou normalmente nesse período do ano. Esse ano, particularmente, estava envolvida de forma mais intensa com essa história de maternidade e, digo a vocês, foi, está sendo, bastante doloroso conviver com isso.
Estou querendo ser mãe. A relação, no entanto, que eu sempre tive da maternidade foi algo bem diferente do habitual. Lembro de que na adolescência achava que maternidade não tinha muito a ver com um pai. Dizia para minha mãe que adotaria uma criança e seríamos bem felizes nós três juntas, eu, meu filho e minha mãe. O casamento era repudiado por mim, sério!
O tempo passou. Perdi minha mãe, repudiei a ideia de ser mãe e arrumei um marido.
Ai, e que bom que o mundo gira e as coisas mudam. E algumas, apesar de dolorosas, apesar de eternamente dolorosas, nos fazem crescer, ser mais fortes e a amadurecer e aperfeiçoar ideias.
A ideia da maternidade amadureceu em minha cabeça e na do meu marido também. Mas fazer o que se minha saúde dificulta as coisas? Tratamentos, riscos, medos, anseios...
Não, não comigo.
Gravidez é realmente algo superestimado por todo mundo! Por que confundir maternidade com gravidez? Será, de fato, mãe somente aquela que carrega um bebê na barriga? Será que para ser meu filho e que para eu amá-lo eu precise identificar nele os meus traços e os de meu marido? Só merece meu amor porque carrega meus genes?
Céus, achei que em pleno século XXI as pessoa estivessem mais evoluídas, juro! As pessoas ainda questionam isso. As características físicas, a cor da pele, o caráter que tantos creem ser hereditário!
Aprendi que maternidade é muito mais do que eu ter um filho saído de minhas entranhas. Aprendi que maternidade é amor! E que amor não é algo instantâneo. O elo genético nos obriga a amar. Mas amor não é obrigação. É escolha. Amar é amar apesar de. A gente conquista amor. O amor se contrói um dia após o outro.
É, meu filho não será gerado por mim,nem crescerá na minha barriga. Talvez ele chegue já grandinho até. Não sei que cor ele terá. Como serão seus cabelos e seus olhos. Nem mesmo sei o nome que ele ou ela terá! Mas sei que ele será muito feliz, porque ele é desejado e muito querido por nós e nossos amigos.
Essa foi a grande herança que minha mãe deixou para o seu neto: uma vida construída com muito amor!

domingo, 18 de abril de 2010

Pequenas constatações...


1- Receber uma sentença de morte tem um lado bom: você aprende a olhar (não é ver, é olhar!) tudo, tudo mesmo! Cada pequeno detalhe do mundo a seu redor se torna importantíssimo: um sorriso, gargalhadas de crianças, as cores das flores, do céu, do verde das montanhas contrastando com o céu azul, o sol se pondo, gatos rolando pelo chão, o cheiro da chuva, do mato, um olhar de apoio, um abraço amigo... Tudo se torna mais intenso, vital!

2- Ainda preciso aprender a lidar com três coisas, minha mãe já me dizia isso: aprender a dizer não, aprender a pedir ajuda, aprender a receber elogios.

3- Preciso sofrer menos para tomar decisões. Se seguir o caminho certo, que bom. Vamos colher os bons frutos logo! Se não for, a gente continua tentando e buscando. Uma hora os frutos amadurecerão, não é mesmo?!

PS: Isso parece até lista de resoluções de ano novo, mas não é não... É só uma constatação e um primeiro passo pra seguir a vida de forma melhor, da melhor forma para MIM!!!

Até mais!!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Até quando tenho sorte, dou azar!


Nesta última terça-feira pude ter certeza absoluta de uma história de pré-nascimento que um dia me foi revelada... Ei-la:
Lá em algum lugar do aquém onde nós ficamos antes de termos nossos corpos materializados, nossos espíritos têm a chance de escolher os dons com que viremos à Terra. Eu já havia passado por vários stands de dons, mas percebi que não havia ainda ido ao stand onde podíamos conseguir um pouco de "sorte". Era medo, eu acho (devo ter pego uma pequena quantidade de coragem apenas!), pois, sobre a fila, voava um pombo gigante! Pois bem, respirei fundo e, com o pouco de coragem que tinha, lá fui eu para a fila para conseguir alguma sorte. Se não foi por medo de ir até lá, foi porque devo ter passado pelo stand da intuição, pois vejam bem o que aconteceu: o tal pombo gigante me avistou lá de cima e - catapum!- soltou uma rajada de merda bem na minha cabeça! Mal deu tempo de limpar minha alma, meu corpo já esperava freneticamente para descer à Terra. Vim sem sorte mesmo, fazer o quê?!
Essa revelação me foi concedida no dia do meu casamento, enquanto tentava desesperadamente calçar meus sapatos de noiva forrados e que, por isso, as tiras não entravam de jeito nenhum nas delicadas fivelas de strass!!! Vendo a tragicômica situação, uma amiga perguntou: "- Por que com você é tudo tão difícil, Ana?!" Tá respondido, né?!

Voltando à terça-feira passada...
Fui para o trabalho pensando intensamente: "meu colega podia faltar hoje para eu poder adiantar os tempos e sair mais cedo". A força do pensamento positivo deu certo e o colega faltou. Marido foi me buscar e antes das 21:00h já estava em casa. Que delícia... Chuvinha caindo e o sofá e a TV me esperando...
Que nada!!! Mal cheguei e o porteiro teve que abrir o portão automático da garagem pessoalmente... Ih! Algo errado.
- O prédio está sem luz, estourou o transformador aqui da frente.
Prestaram atenção: o prédio está sem luz! Só o meu prédio!!!
Subi os oito andares de escada e passei a noite à luz de velas...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Para dividir...

Hoje ouvi essa música na rádio e fiquei cantando feliz, feliz!!! Devo ter acabado com a paciência do marido ou talvez estourado seus tímpanos; todavia, fiquei pensando nas coisas boas que a vida tem me dado...

Te Ver
Skank
Composição: Samuel Rosa / Lelo Zanetti / Chico Amaral

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...(2x)

É como mergulhar no rio
E não se molhar
É como não morrer de frio
No gelo polar
É ter o estômago vazio
Não almoçar
É ver o céu se abrir no estio
E não se animar...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...

É como esperar o prato
E não salivar
Sentir apertar o sapato
E não descalçar
É ver alguém feliz de fato
Sem alguém prá amar
É como procurar no mato
Estrela do mar...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...

É como não sentir calor
Em Cuiabá
Ou como no Arpoador
Não ver o mar
É como não morrer de raiva
Com a política
Ignorar que a tarde
Vai vadiar e mítica
É como ver televisão
E não dormir
Ver um bichano pelo chão
E não sorrir
E como não provar o nectar
de um lindo amor
Depois que o coração detecta
A mais fina flor...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...(2x)

Sinestesia


Ter voltado a morar no lugar que passei a maior parte da minha vida tem me deixado bastante saudosista... É como (talvez seja de fato!) se cada esquina guardasse para mim uma história de minha infância e adolescência.
Ver os vizinhos de sempre, estar tão perto do meu irmão, andar com ele pelas ruas em que tantas vezes andamos juntos, encontrar com muita frequência os amigos de infância...
É como lembrar da volta pra casa depois do colégio, meu irmão indo correndo lá na frente e minha mãe chamando por ele. João me faz pensar e lembrar disso.
Um cheiro que me é familiar... Fico impressionada com a capacidade da memória olfativa! Normalmente é ela quem me traz as recordações mais intensas...
Toda vez que estou esperando o ônibus para ir trabalhar, lembro que minha avó nos encontrava toda quinta-feira em frente às "Casas da Banha" para irmos juntos ao colégio. É quase como se pudesse,mais uma vez, pegar sua mão.
Ai, sem contar as tardes durante a semana, em que nós, eu e amigos de infância, estávamos sempre juntos: na casa da Ded jogando vôlei na rua ou alguns jogos de tabuleiro; eu, Tatá e Keka - e nosso grupo Deep (inesquecível!)- reunidas com o inseparável violão no minúsculo quarto da Keka (e eu de mera companhia, porque sou desafinadíssima e nunca consegui aprender a tocar o tal do violão; além de nossas composições serem em inglês, língua que, na época, me era completamente estranha!); e, ainda, as terças e quintas fantásticas em que tentávamos, todas, aprender a dominar o skate com nosso pacientíssimo professor-amigo Roger!
Apesar da saudade, é muito bom constatar que eu e meu irmão ainda andamos juntos por aqui, mais irmãos do que jamais fomos, aliás; e que temos agora nosso João, que de vez em quando buscamos juntos na escola. Eu e os amigos de infância ainda somos amigos, tão amigos-irmãos como sempre fomos. Agora com os nossos agregados e o nosso pequeno Thiago. As ruas continuam familiares. Alguns estranhos são os mesmos de outrora. Uma familiaridade reconfortante...
Ai, e isso me faz (e)ternamente feliz...

PS: A imagem é uma tela de Salvador Dali: "Landscape with Butterflies".

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Amazing Racing 2010

Para dar uma forcinha para uns amigos loucos que querem muito participar do Amazing Racing de 2010 venho pedir para vocês darem uma olhadinha no vídeo deles. Eu podia estar roubando, mas estou aqui pedindo... De qualquer forma, essas duas figuras vão te fazer rir!!!

http://www.youtube.com/watch?v=xyZA9dnd5KU#watch-main-area

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

(Re)Conhecendo...


Acredito que conhecer a história da minha família seja também uma forma de construir a minha identidade. E esse desejo de conhecer meus ascendentes sempre foi muito intenso para mim.
E, mesmo com essa grande disposição para a pesquisa genealógica, isso nunca foi muito fácil. Sou a filha mais velha dos meus pais. Bom, isso realmente não facilitou as coisas para mim. Quando eu nasci minha mãe tinha 40 anos e meu pai - acreditem! - 53. Não tive contato com meus primos, eram todos muito mais velhos do que eu! Além disso, não tive uma família grande, unida e feliz!
Não conheci os pais dos meus pais, ambos já haviam morrido. Minha avó paterna deve ter nascido ainda no século XIX e a minha avó materna faleceu quando eu tinha 7 anos.
Nunca pude sentar no colo do vovô Manuel (que minha mãe dizia ser um bom homem), pai do meu pai, para ouvi-lo contar as histórias de Portugal; nem entender porque minha avó paterna sempre ouvia músicas tristes e usava sempre saias com aventais e uma argola de ouro em suas orelhas. A única coisa que eu lembro dela é que parecia uma bruxa dos contos de fada! Meu pai nunca contou histórias sobre sua família e até este domingo (eu e meus domingos sem ter o que fazer!) nunca soube nada deles, só que vieram de Portugal no início do século XX.

Na família de minha mãe foi pior ainda. Sei que a parte do pai dela veio de Portugal. A família da vovó veio da Itália. Só. Lembro de minha mãe falar que eles vieram da Calábria, mas não faço ideia se isso é verdade ou não.

Pois bem, quero chegar ao domingo passado...

Um primo, há pouco tempo, mandou-me uns documentos de nosso avô e, finalmente, pude descobrir de que região de Portugal ele veio.
Pesquisando no meu querido companheiro de buscas internéticas, descobri mais do que onde fica a freguesia de Malpartida. Achei uma conversa sobre o meu avô em um fórum de genealogia! Mais, descobri o nome de meus bisavós e até trisavós, com direito a transcrição de suas certidões de batismo e casamento!!! E mais, descobri que meu avô contava para a minha prima mais velha que ele ouvia os galos cantarem na Espanha enquanto estava no trabalho.

Me senti no colo de meu velho avô ouvindo suas histórias sobre galos, Portugal e Espanha... Mais do que isso, foi como se uma parte de mim tivesse sido preenchida na última tarde de domingo na frente do meu computador em pleno século XXI!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Variações de humor

Engraçado como podemos conter dentro de nós mesmos tantas variações de humor. E não só isso: como elas oscilam tão ferozmente!
Exemplo: Cheguei ao dia de hoje, domingo, cheia de esperanças de um dia diferente, com promessas que faríamos passeios de que EU gosto. Promessas. Palavras apenas...
Foi tudo normal... Amigo chegou mais tarde ao jogo de tênis, consequentemente o jogo foi até mais tarde... Eu? Ah! Eu fiquei com meus fiéis companheiros de domingo: a cozinha e o livro da vez.
Pois é, de novo, mais uma vez, um domingo de ódio: sozinha numa casa habitada! Ainda bem que tenho um livro para ler...
E aí vai uma musiquinha do Paralamas que me veio à cabeça quando pensei no que seria meu feliz dia de domingo!

"Eu fico pedindo atenção / Cachorro fazendo graça / você não diz nem sim nem não / Faz que não entende disfarça / E me pergunta com essa cara / Será que vai chover? / Eu não sei não não / Eu sigo chamando mas / você não me abraça / Mais um pouco eu desisto / Eu quase morro de raiva e disfarço / E me pergunto / Será que vai chover? / Eu não sei não não / Eu ando tão perdido de desejo / Em cada esquina imagino te ver / Hoje é domingo eu tenho vinte e cinco / Eu acho que vai chover / Eu sigo chamando chamando / Mas você não me abraça / Mais um pouco eu desisto / Eu quase morro de raiva e disfarço / Será que vai chover? / Eu não sei não não"

Desejo de família

Eu e marido nos casamos em 2007, mas moramos juntos há 7 anos e 7 meses. Eis que surgiu em nós o desejo de aumentar a família, sabe, amigos começando a ter filhos, e percebemos, então, que havia chegado nossa hora. Decidimos correr atrás de nosso desejo então.
Na última quinta-feira, teve reunião na vara da infância, adolescência e idoso aqui do Rio de Janeiro e lá estávamos nós.

Era um dia solene, especial para nós, e saímos de casa felizes e cheios de amor e esperança.

Não vou dizer que saímos de lá decepcionados, até porque já havíamos lido bastante sobre a dificuldade que há no Brasil para se adotar uma criança. Não por falta de canditados a pais adotivos, mas pelo pequeno número de magistrados e de tanta burocracia. Bom, não saímos decepcionados, mas convencidos e resignados com a dificuldade.

De qualquer forma, sexta-feira "suspendemos o uso do anticoncepcional", seguiremos tentanto. Frequentando reuniões, reunindo os documentos. Até que um dia nossa gravidez chega e, enfim, estaremos inscritos no cadastro nacional de adoção. E aí, é só esperar pela chegada de nosso filho!

Sem perder o amor e a esperança jamais!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mero engano

Tenho acordado meio estranha ultimamente... Sabe, às vezes me dá uma sensação de que a vida é demasiado repetitiva. Acordo, escovo os dentes, limpo a areia dos gatos, troco a água dos gatos, coloco comida para os gatos. Bota-se e tira-se a roupa da máquina e do varal. Arruma-se a casa, faz-se comida. Vejo TV. Ouço um CD. Leio um livro. Marido chega. Jantamos e dormimos. E tudo começa de novo, salvo raras exceções. Às vezes acho chato estar de férias, parace que o novo custa a aparecer!

Essa manhã em questão foi assim. Sem bem sentir, mal acordei e minha primeira frase foi:
- Vai começar tudo de novo... Que saco!

Aí foi que tudo ficou diferente!

Tive um bom dia, que terminou na casa de um casal de amigos muito queridos!!! Conversamos, rimos, lanchamos, trocamos ideias internéticas... Sabe, apesar de inesperado, foi um dia perfeito... E a vida é assim mesmo, totalmente imprevisível! E isso é que a torna maravilhosa!!!

PS: Li esse trechinho em "Caim" ontem à noite e achei bastante oportuno: "O caminho do engano nasce estreito, mas sempre encontrará quem esteja disposto a alargá-lo, digamos que o engano, repetindo a voz popular, é como o comer e o coçar, a questão é começar." (José Saramago)

Neste sábado, foi muito bom me enganar!!!


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Caixinha estranha esse tal de elevador...

Odeio elevadores! Além de serem minúsculos e completamente fechados, ainda é o responsável por uma das sensações mais incômodas que se pode ter no dia a dia: a de ficarmos alguns minutos com estranhos num espaço limitado sem saber como agir ou o que falar.
Ou vai dizer que você nunca ficou contrangido com a companhia de um estranho?! Eu sempre fico. Acho que pior do que ficar olhando para o chão sem saber onde enfiar as mãos é quando o seu companheiro de elevador resolve fazer algum comentário sobre o tempo. "Tá muito calor hoje, né?" "É." E acaba a conversa mais uma vez. E o meu andar que nunca chega!
E quando entra aquele vizinho educadíssimo berrando enquanto fala no celular? E, salve a Lei de Murphy!, ele mora num andar mais alto ou no mesmo que o seu.

O elevador daqui do prédio é o ó! Sem ventilação e lento... O chamo carinhosamento de "marcha lenta". Acho que muitos condôminos também se sentiam incomodados com o Marcha Lenta, coitado! Bom, coitado de nós! Pois em dezembro ganhamos mais uma taxa extra no condomínio, agora para colocar ventilação e acelerar o Marcha Lenta. Vejam só: mais de R$10.000,00 para consertar o elevador ( lembrei que o síndico escreveu que seria um concerto, quando nos "convidou" para a reunião de condomínio; o que seria bem interessante: elevador com concerto!).

Pois bem, Marcha Lenta não está mais tão lento assim. Tem também um ventilador dentro do elevador, aliás, faz tanto barulho que eu não sei ao certo se é um ventilador ou uma turbina para o Marcha Lenta ficar mais ágil!
A mudança é recente e ainda não tive o desprazer de dividir o espaço apertado dessa caixinha com outra pessoa. Sei, porém, que o desagradável ritual de dividir o elevador com meus vizinhos será o mesmo: mais comentários sobre o tempo, crianças gritando, adultos sem noção e seus celulares, e toda sorte de inconvenientes! Todavia, o percurso será feito em menos tempo e eu ainda permanecerei olhando para o chão, pois assim não preciso conversar com ninguém!!!