quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mais um pouco de poesia...

O que o vento não levou

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...
(Mário Quintana)

Como assim?!


Ai, ai... Às vezes me surpreendo com a burrice alheia... Há coisas simplesmente inacreditáveis!

Vejam isso:

Estava eu ajudando meu marido na loja dele ontem. Num dos momentos de calmaria, resolvi ver meus e-mails, afinal estava esperando por umas fotos enviadas pelo meu irmão.

Como em casa sempre leio os e-mails recebidos pelo Outlook, não lembrava mais a senha para ver meu e-mail no site do provedor.

Tentei todas as senhas que julguei cabíveis e nada. Bom, há uma opção de "esqueceu sua senha?". Cliquei nela. Hahahaha.... Só rindo... Sabe o que aconteceu? Eles pediram meu e-mail para enviarem a senha de acesso ao e-mail. Isso mesmo!!! Precisava acessar o e-mail para saber a senha que eu havia esquecido. Será que eles nunca imaginaram que alguém clica em "esqueci minha senha" porque, de fato, a senha foi esquecida e que essa pessoa deseja recuperá-la para, assim, acessar sua conta de e-mail e não o contrário?!

Pois bem, continuei sem poder ler minhas mensagens até chegar em casa, descobri minha senha, mas não precisava mais dela... Quem precisava de algo era o imbecil que teve essa ideia: um cérebro novo!!!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ainda falando da vida...

Estou com mania de Mário Quintana! Ando para cima e para baixo com um livro com suas poesias. Bom, se é para ter um vício, que, pelo menos seja um vício bom. E, além de muito bom, ler Quintna deixa a alma mais feliz, mais bonita!!! Acabei de ler o poema abaixo, aproveitem!!!


A CANÇÃO DA VIDA

A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantandoem torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí­...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)

À vida!


"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." (Fernando Pessoa)

domingo, 19 de julho de 2009

A / À / Ah! memória...

Cheguei há pouco em casa. Estava em Piratininga, lá longe, dividindo um momento fantástico com os amigos de infância. Pois é, o tempo insiste em passar... Ele não nos dá trégua e podemos perceber, principalmente em encontros com amigos de infância, como ele, o tempo, mostra ser senhor de si. e de nós.

Quando me foi noticiada a comemoração de hoje, fiquei sabendo que o almoço seria churrasco e bobó de camarão. Ai, bobó de camarão... Neste instante o tempo resolveu me afirmar que ele havia passado. Há 17 anos atrás, nas comemorações de aniversário em casa de tia Ruth, sempre tinha bobó de camarão. Pude até sentir o cheiro que vinha da cozinha, que era tão pertinho da sala num pequeno apartamento onde vivia uma família linda... que ainda hoje é tão linda como era outrém. Só está maior... De novo esse tal de tempo... Voltando ao bobó: junto do cheiro veio o sabor e a saudade de um tempo que se foi.

Mas vocês sabiam que o tempo tem uma inimiga?! Na verdade, mitologicamente, Mnemosine era irmã de Chronos, não era uma inimiga. Mnemosine era a personificação da memória. E é por isso que amo o universo helênico... Memória não era apenas lembrar; tampouco não esquecer.

A memória fazia com que as coisas fossem imortais. Tudo o que se viveu não era esquecido, porque existia a memória, que fazia com que as lembranças estivessem sempre presentes. E mais: sabe o que era imortal? Os deuses. A memória nos aproxima do sagrado... Logo, da verdade, algo que nos era dado pela inspiração divina. A verdade, para os gregos, era o que não podia ser esquecido. Logo...

Voltando ao bobó da tia Ruth...




Fui agraciada com o dom de Mnemosine... Não sentia mais saudade daquele tempo passado. Eu tenho o tempo presente! Eu tive o bobó da tia Ruth (que continuava delicioso!). Eu tive a companhia dos amigos de 16 anos atrás e mais alguns amigos novos. Ganhei beijos e abraços dos tios que nos aturavam tocando violão várias tardes depois da escola! Ouvi do tio Jackson palavras que só ele usa!!! E ele lembrando que tinha que nos aguentar! Tiramos muitas fotos com o Thiago, que ainda está na barriga de sua mãe, mas que é o elemento que representa o novo. Ah, tempo... Você pode até passar e, às vezes, você até passa depressa demais, mas temos a memória, que nos permite reviver cada momento especial que passamos em nossas vidas. E isso é um dom, uma bênção...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

?!?!?!...

Queria falar sobre esta foto... Ela foi tirada por André Dusek em 2008.





Pensaram na gravidade dela? Lula conversando animadamente com Collor e FHC, como velhos amigos, companheiros. Sem contar o Sarney rindo ali atrás, como se nada estivesse acontecendo. Mas está?!

Notem: o que foram os últimos presidentes deste país?! (aliás, alguém sabe por onde anda o sr Itamar Franco?!) E como temos no senado um ex-presidente como o Collor?! Por onde anda a memória do nosso povo?! Onde estão as convicções políticas dos políticos?! Pior: por onde anda a ética?!

Após esta aula de História do Brasil nos dada por esta foto, deveríamos conhecer o nosso passado e o de nossos políticos para vivermos um presente onde fossemos menos maltratados por eles e, assim, vislumbrarmos um futuro melhor, ou, apenas, um futuro...

PS: Essa saiu na Veja em 14 de julho de 2009... Dessa vez Lula elogiava o comportamento de Collor e Renan Calheiros. Putz...



terça-feira, 7 de julho de 2009

Ritos


"Ritos de passagem são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. Os ritos de passagem podem ter caráter religioso, por exemplo. Cada religião tem seus ritos, sendo parecidos com de outras religiões, ou não.
O termo foi popularizado pelo
antropólogo alemão Arnold van Gennep no início do século XX. Outras teorias foram desenvolvidas por Mary Douglas e Victor Turner na década de 1960. Os ritos de passagem são realizados de diversas formas, dependendo da situação celebrada; desde rituais místicos ou religiosos até assinatura de papéis (ou ainda os dois juntos).
Em todas as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por
cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representava, igualmente, a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido, tendo, portanto, tanto o cunho individual quanto o coletivo." (Wikipédia)

A verdade é que sempre estamos tendo que prestar algum tipo de satisfação à sociedade. Quando nasce uma criança, sua foto logo é publicada no site da maternidade na qual nasceu. Neste momento diz-se ao mundo: chegou Fulano de Tal, filho de Cicrano e Beltrano, com x kg e y cm. A partir daí, somos alguém. Logo depois vem o batismo, que deixou, há tempos, de ter um caráter religioso. Você não precisa ser católico. O batismo não é mais para livrá-lo do pecado original. É uma satisfação à sociedade, assim como o matrimônio, que deixou, faz tempo, de ser uma mandamento ou um dos sacramentos. Casar é, antes de tudo, um evento social! Gasta-se o que não tem para se dizer à sociedade: estou casando. Viu só?!

Antes disso, temos o baile de debutantes. Formaturas, chá de panela, chá de bebê, festas de aniversário, Natal, Revéillon, Páscoa, dia disso, dia daquilo...

Perdeu-se o significado dessas coisas... perdeu-se a magia dos rituais. O tempo passa e perdemo-nos no vazio do futuro... As coisas não são mais simbólicas. Nada representa nada e tudo! Perdeu-se o romantismo...