segunda-feira, 23 de março de 2009

Hora do Planeta 2009!

A Hora do Planeta é um ato simbólico no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a demonstrar sua preocupação com o aquecimento global e as mudanças climáticas. O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem o significado de chamar para uma reflexão sobre o tema ambiental.Conhecido mundialmente como Earth Hour, a Hora do Planeta será promovida no País pela primeira vez pelo WWF-Brasil e conta com a adesão e apoio do Rio de Janeiro , a primeira cidade brasileira a aderir à iniciativa.Em 2009, a Hora do Planeta será realizada no dia 28 de março, das 20h30 às 21h30, e pretende contar com a adesão de mais de mil cidades e 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Mais de 170 cidades de 62 países já confirmaram sua adesão à Hora do Planeta.Realizada pela primeira vez em 2007, a Hora do Planeta contou com a participação de 2,2 milhões de moradores de Sidney, na Austrália. Já em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas, de 400 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sidney, entre outros ícones mundiais.Cadastre-se já no site Hora do Planeta e participe também deste movimento.

Este é o endereço do site: http://www.earthhour.org
Não se esqueçam de que somos responsáveis pelo nosso planeta!!!

domingo, 22 de março de 2009

A recompensa


Passamos o dia de ontem na obra, quer dizer: o Flávio passou. Eu fiquei na casa do meu irmão, com o João!
Jogamos video-game, jogamos vários joguinhos, lemos, vimos filme... Um dia perfeito!
Num desses momentos eu estava deitada no sofá, ao lado dele, que jogava video-game. De repente ele pausou o jogo, pegou minha cabeça e colocou-a em seu colo:

- Você pode ficar aqui se quiser.
- E eu não vou atrapalhar?
- Não, assim você não atrapalha.
- Então vou ficar aqui com você.

Ele voltou ao seu jogo e eu fiquei ali, deitada no seu colo como se o mundo todo coubesse ali, naquele instante....

Num mundo de jecas tatus...

Estava numa aula da autoescola. Falava-se sobre o convívio social no trânsito e também sobre algumas noções de cidadania.

A primeira coisa em que pensei foi que essas coisas não deveriam ser ensinadas em salas de aula, mas em salas de estar. Não por qualquer professor ou instrutor de autoescola, mas por nossos pais. Parei por alguns instantes e fiquei imaginando meu mundo perfeito, meu mundo cheio de "gentes educadas e gentis".

Logo despertei, afinal acabara de ser ofendida ao ouvir um maldoso comentário sobre professores de escolas públicas. Peraí! Eu trabalho muito bem, viu?!

Bom, agora a aula ganhava mais que um corpo presente. Até que surgiu um assunto sobre DPVAT. Antes de entrar na autoescola nunca tinha ouvido falar disso, a não ser por "anúncios" escritos nos muros de estações de trem! DPVAT é um seguro o qual temos direito caso soframos algum dano físico em acidentes de trânsito (é mais ou menos isso). O instrutor usou como exemplo um atropelamento no qual a vítima ficava ferida, o motorista fugia e a vítima era levada ao Hospital Getúlio Vargas. Putz!!! Meu mundo perfeito caiu de novo e fui novamente chamada à realidade cruel!!!

Ao meu lado alguém comentou: "O cara vai morrer!!! hahahaha" (risada que traduzindo significava: "se fudeu!!!"). Mas ninguém se preocupou com o fato de o cara ter fugido e não ter prestado ajuda... Bom, a história terminava com o atropelado tendo uma perna quebrada e esperando vários meses, ou anos, pelo recebimento do DPVAT; "afinal de contas estamos no Brasil", dizia o instrutor.

Lembrei do Jeca Tatu de cócoras... E eu estava ali, naquele instante, personagem de uma das crônicas de Monteiro Lobato, numa sala de aula cheia de jecas tatus de cócoras, levantando, olhando e voltando a ficar de cócoras, passivamente...

terça-feira, 17 de março de 2009

Quem?!


Sinto-me meio perdida. À procura de não sei bem o quê... Talvez até o saiba e o mais difícil talvez seja como buscá-lo. Putz... Ficou tudo mais confuso ainda.

De vez em quando sinto-me intensa demais, perdida demais, paranóica demais... Acho que eu sou demais, ou não... rs

Acho que Mário de Sá Carneiro, em 1916, descreveu bem melhor do que eu essa confusa sensação:


"Eu não sou eu nem sou outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."

sexta-feira, 13 de março de 2009

Um pouco de poesia

Essa semana fui com minha amiga Helena a uma palestra sobre Vivicius de Moraes, o poetinha... Sabem o que é o melhor de aprender? Aprender! Sempre há algo que não sabemos ou que não tivemos ainda o prazer (no caso de Vinicius só pode ser prazeroso) de conhecer. E foi exatamente o que aconteceu na noite de terça-feira. Além de ouvir falar de amor, através das músicas e poemas do poetinha, conheci coisas novas sobre a obra dele, em sua temática e em sua forma de escrever poesias. E, sabe, ele é melhor do que eu já achava... Minha alma se encheu de alegria e prazer e mais disposição para encarar a semana. Realmente, beleza é fundamental!!!

Ah! Segue um poema que eu não conhecia e fez com que eu me apaixonasse ainda mais pela obra do meu querido Vinicius de Moraes:

"O dia da criação"

I

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguem bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.

II

Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Há umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é
um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva de domingo
Porque hoje é sábado

III

Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

P.S. E viva o dia em que Deus criou a humanidade!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

"Os obedientes", Clarisse Lispector

Sempre amei ler. Lembro que na época de colégio estava sempre na biblioteca nos tempos vagos. Lia, algumas vezes, mais de um livro por semana! Chegava da escola e começava a devorá-los! Sempre foram deliciosos os livros.

Não sei o porquê, mas há algum tempo andava meio negligente com a leitura. Nunca deixei de comprar livros, isso é um prazer do qual não abro mão. Mas, no fim, eles ficavam na estante a minha espera. Há poucos meses redescobri o vício da leitura. Mal acabo um e já começo outro. Acho que desde novembro já estou no quarto livro, fora as leituras obrigatórias!

No momento estou lendo um livro de contos da Clarice Lispector, "Felicidade Clandestina". Ontem à noite, sua leitura me proporcionou um momento único, lúdico...

Na verdade, foi uma forma diferente de tentarmos entender o que vem acontecendo, desde muito antes das obras; e, justiça seja feita: elas não estão causando todos os males da humanidade!!!

Estava deitada lendo, como tenho feito todas as noites. Algum tempo depois achei que a maldita TV seria ligada, mas isso não aconteceu. Ele apenas se deitou ao meu lado e disse que ia ficar comigo. Deitei-o no meu colo e li para nós dois um dos contos do livro, "Os obedientes". Na verdade foi uma leitura providencial.

Nele, Clarice conta sobre um casal, um casal obediente, que acaba conformado com a obediência. Um casal que faz tudo "certo" (tendo como parâmetro o que se considera certo para uma vida a dois), tudo sempre igual, sem sonhos; e assim eles vivem, resignados (???), as suas rotinas. Resignados até certo ponto. O mais triste foi perceber que quando queriam (e precisavam) desobedecer, já era tarde demais.

Segue um trecho do conto, que vale a pena ser lido e pensado...

" [...] Esse homem e essa mulher começaram — sem nenhum objetivo de ir longe demais, e não se sabe levados por que necessidade que pessoas têm — começaram a tentar viver mais intensamente. À procura do destino que nos precede? e ao qual o instinto quer nos levar? instinto?!
A tentativa de viver mais intensamente levou-os, por sua vez, numa espécie de constante verificação de receita e despesa, a tentar pesar o que era e o que não era importante. Isso eles o faziam a modo deles: com falta de jeito e de experiência, com modéstia. Eles tateavam. Num vício por ambos descoberto tarde demais na vida, cada qual pelo seu lado tentava continuamente distinguir o que era do que não era essencial, isto é, eles nunca usariam a palavra essencial, que não pertencia a seu ambiente. Mas de nada adiantava o vago esforço quase constrangido que faziam: a trama lhes escapava diariamente. Só, por exemplo, olhando para o dia passado é que tinham a impressão de ter — de algum modo e por assim dizer à revelia deles, e por isso sem mérito — a impressão de ter vivido. Mas então era de noite, eles calçavam os chinelos e era de noite. [...]"

Assim o fizemos: lemos juntos, pensamos juntos, conversamos juntos, adormecemos juntos...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Apenas uma "homenagem"...



Sinto muito...

Queridos, sinto muito ter apagado a mensagem outrora escrita; só não quis criar mais um problema, o pior é que nem era com o objeto da questão... rs
Amiga comentarista, obrigada pelo que escreveu... Nessas horas vemos o qto vc é filha da tia Ruth!!! rs Graças a Deus!!!
O problema não foi resolvido, só adiado. Às vezes esse tal de amor é uma merda...
Bom, é isso então...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Quando o problema não é de quem faz...

A última do pintor da obra:
- Sr. Flávio, a tinta não vai dar. É que ela é ruim, não pega!
Já viram tinta pegar?! Eu nunca!!!
Já viram um galão de tinta de mais de R$200,00 ser ruim? Eu tb não!!!
Mas já vi gente preguiçosa e que não sabe trabalhar colocar a culpa no material!!! Ah! Isso já vi um monte!!! Bom, menos um custo: o pintor foi dispensado!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Para Sempre (Drummond)

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Tanta falta...


Às vezes a saudade é tanta que não cabe dentro do peito. Dói tanto que atravessa os tecidos, os poros e explode em lágrimas. Lágrimas que de vez em quando parecem sem sentido...

Mas elas trazem consigo o pior dos sentimentos, o da perda.

Já são quase 9 anos e eu não sei quem foi que disse que o tempo é o melhor remédio para curar feridas. Talvez tenha sido alguém que nunca perdeu alguém que de fato amasse, que amasse até mais do que a si próprio. E se perdeu, não era alguém como a que eu perdi. Isso não tem nada a ver com "a minha dor é maior que a dos outros". É só que a ferida continua lá, aberta. E qualquer coisinha, ela volta a sangrar.

Drummond, sempre certo, sempre sensível a tudo, dizia que as mães não deveriam morrer jamais. Só quem perdeu a sua sabe o que é isso...

Sabe, há a dor do dia-a-dia, que é até suportável, mas há dias... Ah! É quando algo muito bom acontece e ela não tá lá pra ficar feliz comigo. É quando dá tudo errado e eu não tenho o colo dela pra deitar. É a falta de ter com quem conversar no fim do dia.

Dói saber que ninguém mais te ama tanto, dói saber que ninguém mais te entende tanto, dói não ter mais com quem brigar sem magoar, dói não poder mais falar mãe.... Dói não ter mais ao seu lado a única pessoa no mundo todo que sabia te amar, mesmo quando era brigando.

Eu trocaria tudo, tudo mesmo, para tê-la de volta... Não uma dia, mas agora, pra sempre!

Mães não deveriam morrer jamais...