sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Não sei nem o que falar...


Este é o link da reportagem sobre a manifestação dos professores de escolas do estado do Rio de Janeiro. Sou uma delas. E é tão triste que em tão pouco tempo trabalhando para a S.E.E. eu já esteja vivendo minha primeira greve.

A covardia que vi nessas imagens, infelizmente, alcança uma dimensão bem maior...

Talvez este texto não saia bom, estou escrevendo com meu coração.

Primeiro quero falar da covardia da cena.
Em campanha, o senhor governador Sérgio Cabral dizia aos quatro ventos que sua avó tinha sido professora. Dizia que se orgulhava disso, que olharia com carinho a educação. Traria melhorias para escolas, alunos e professores. Eu não acreditei, aliás nunca acreditei no senhor Cabral. Mas, viva a democracia!, a maioria acreditou. E como tantas outras, essas foram apenas mais umas promessas não cumpridas.
O Nova Escola está suspenso há três anos!!!
E vocês viram a proposta para o plano de carreira? Tá de sacanagem!, como diriam meus alunos.
A faculdade de Letras foi minha segunda faculdade. rs... Lembro-me das pessoas falando para eu fazer Direito. Ser professor é que não dá! E olha que nem tinha campanha do MEC para incentivar as pessoas a se tornarem mestres... (Isso é outra história, aliás!) Ah! Mas o quê! E o que eu gosto de fazer, não conta? Conta... O salário líquido de um professor de nível 1 do Estado do Rio de Janeiro é de R$540,00. Não é piada...


Agora entra a agressão sofrida dia a dia...
Queria viver no belo conto de fadas do comercial do MEC. Onde ministros e secretários de educação provavelmente entendem de educação. Sabem a realidade das escolas e da sala de aula. Viram que romântico lugar?! Escolas em condições de funcionar! Nada de salas onde cabem 20 alunos tendo que comportar 50! Ah! Alunos da mesma faixa etária e TODOS vivendo uma mesma realidade. Salas claras, ventiladas. Laboratórios equipados. Computadores. Professores felizes. Também, como é possível não estar feliz com tantos alunos interessados? Nada de cara de paisagem, nada de alunos devorando lanches ou dormindo durante a aula. Naturalmente esses professores são bem remunerados e estimulados a ter uma continuação de seus estudos, além de não precisarem ir a áreas de risco para lecionar. É o mundo perfeito da educação!!! Assim, teremos um Brasil bem melhor, sem dúvida!

O triste é que isso deveria ser a regra e não um apelo enganoso...

Para terminar minhas lamúrias, terei que trabalhar aos sábados. Culpa da gripe suína. Só mesmo muito álccol gel e resignação para aguentar...

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