segunda-feira, 5 de outubro de 2009

À Kelly

Ouvi este poema ontem, em um programa sobre João Cabral de Melo Neto, um dos nossos maiores poetas. O escritor Décio Pignatari definiu assim o poeta João Cabral: "Ele tem um lado popular que se chama João Cabral e tem um lado aristocrático que se chama Melo Neto. Então, ele é, um pouco, todo este universo conflituado e passou quarenta anos tentando resolver este conflito."
De qualquer forma, após ouvir o poema, revi minha amiga bailadora em ação e senti saudades... O poema é uma homenagem a ti, querida Kelly...


UMA BAILADORA SEVILHANA

Como e por que sou bailadora?
Quando era entre menina e moça

tinha comprida cabeleira
que me vinha até as cadeiras.

Me diziam: com essas tranças
não pode não votar-se à dança.

Então, me ensinam a dançar.
Sou? O que não pude decorar.

Vendo famosa bailadora:
ei-la apagada, quase mocha.

Não te agrada F... de Tal,
que todo dia sai no jornal?

Não gosto: dança repetido;
dança sem se expor, sem perigo;

dançar flamenco é cada vez;
é fazer; é um faz, nunca um fez.

2 comentários:

Sra. Confitê disse...

Ai amiga....estou tão emocionada!
Puxa, vc não imagina como eu achei lindo. Uma homenagem..principalmente ligado á dança.
Fico muito feliz e lisonjeada.
Obrigada amiga! Também estou com saudades.
Bjoks

Nilton Braga disse...

E pensar que isso tudo é meu...

Ps.: Flavio, estou falando da Kelly.