quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Gorda"

Há umas duas semanas, fui ao teatro assistir à peça "Gorda". Ouvi tanto falar da peça... Eu e minhas expectativas, que dessa vez foram frustradas!

A peça é chaaaaaata... Culpa de algumas cenas protagonizadas por uma magra neurótica e desbocada!!! Cenas longas, sem grande conteúdo e cheias de esteriótipos... Como se fossemos simplesmente: gorda feliz e bem resolvida ou magra neurótica e insegura!

Valeu apenas pela abordagem do preconceito, preconceitos que podemos estender por vários caminhos... Infelizmente, essa palavra tão feia ainda é bastante usada por nós...

A peça gira em torno de um romance: uma magro que se apaixona por uma gorda. Aí já começam os esteriótipos... A gorda é divertida, bem resolvida, feliz com seus muitos quilos a mais (embora a atriz vá reduzir o estômago para tentar ser magra!), embora viva fazendo piadas sobre si mesma. Mas isso é perdoável: mecanismo de defesa. Normalíssimo em quem vive sendo vítima de comentários negativos!

Bom, o magro? Normal: um homem bonito e bem-sucedido.

Aí começa o problema: o diferente! Por que será que o diferente sempre nos assusta, nos ameaça? Em qualquer sentido! Tudo e todos que não se enquadram em nosso sistema não preestabelecido nos amedronta. Aí, lançamos mão do horrível pré-conceito.

Ainda havia mais dois personagens: a ex-namorada do magro. Uma mulher macérrima, sempre em busca de novas atividades para manter a forma. Fútil, chata, superficial, neurótica, insegura e com a boca mais suja que já vi em minha vida! E um amigo do magro. Típico homem machista e babaca. Grosso até não poder mais! Mais dois esteriótipos...

Os dois protagonistas, gorda e magro, não conseguem ficar juntos. Ele não aguenta a pressão dos colegas de trabalho, que riem e debocham de sua nova namorada.

Assustador mesmo é constatar que as pessoas adoram palavrões e comentários machistas e preconceituosos.

Mais assustador ainda é constatar a triste realidade: a de que na maioria das vezes nos acovardamos e não defendemos nossas convicções. Agimos como o magro da peça, que se retira, cansado e covarde, de sua tentativa de vencer preconceitos. E assim, mesmo que sem querer, contribuímos para piorar ainda mais um pouquinho com o mundo feio ao nosso redor. O mundo feio que faz do diferente algo que não seja digno de amor nem de respeito...

2 comentários:

Nilton Braga disse...

Aí, só pelas suas impressões da peça já dá pra saber: boring to death.

Ana Christina disse...

Não perca seu tempo, nem seu dinheiro!!!